Por Patricia Tai (da Redação)
Em todos os países do mundo há maus-tratos a animais não humanos, exploração, crueldade e negligência aos seus direitos. Porém, a forma como esses animais são tratados em tragédias de grande alcance como terremotos, tsunamis e incêndios mostra o grau de maturidade de uma sociedade com relação a eles.
Na noite do dia 11 de Junho, um incêndio atingiu uma área rural da cidade americana de Colorado Springs, mobilizando bombeiros e voluntários, e até a Cruz Vermelha foi ajudar a organizar a evacuação do local e abrigos para os moradores. Segundo a reportagem da Examiner, “é óbvio que qualquer incêndio que requer evacuação de famílias significa que os animais também têm de ser evacuados do local”. Este foi o exemplo de uma tragédia na qual ocorreu um grande resgate de animais. As informações são da Global Animal e da Gazette.com.
A moradora Cheryl Ernst foi orientada a sair de sua casa em Black Forest, pois corria risco. “Nós simplesmente pegamos o cachorro e saímos”, disse Cheryl, referindo-se ao cão Lucky, de 14 anos de idade, que foi adotado após ter sido resgatado das ruas de Utah.
Pessoas ofereceram-lhe água, comida e palavras de conforto, enquanto ela estava sentada em uma calçada tentando reorganizar seus pensamentos sobre o que aconteceu. Ela foi para a casa de um amigo, sem saber as condições da casa que deixou para trás.
Trabalhadores e voluntários da Cruz Vermelha rapidamente criaram um abrigo improvisado em uma escola, com a capacidade de hospedar 300 pessoas.
Às 20:00, dezenas de famílias encontraram abrigo na escola, até que conseguissem fazer arranjos para ir para casas de amigos ou hotéis.
A Humane Society designou a escola para abrigar moradores que queriam passar a noite com animais domésticos, disse Katie Borremans, porta-voz da ONG que, juntamente com voluntários, providenciou caixas de transporte e gaiolas para acomodar cães e gatos.
Animais que foram encontrados nas ruas ou que não tinham tutores também foram levados a um local seguro. Os animais de grande porte foram direcionados ao Norris-Penrose Event Center, onde se via um trailler atrás do outro levando animais evacuados de Black Forest. Às 18:45, 32 cavalos do Haras Desert Skye em Buckskin Lane estavam sendo colocados em baias protegidas.
Assim como no ano passado, durante o incêndio em Waldo Canyon, a delegacia de El Paso ajudou no resgate dos animais e na organização do abrigo.
Funcionários da delegacia anotaram a identificação dos tutores, dando-lhes permissão para adentrar ou permanecer no celeiro. Os tutores seriam responsáveis por alimentar os cavalos duas vezes ao dia e levá-los para caminhar.
Cayce Gambill, uma das primeiras a levar seu cavalo, providenciou bananas, sanduíches e outros alimentos para os voluntários e abrigados.
“Se meu cavalo está aqui, está tudo bem, não me importa o que aconteceu com as minhas coisas”, disse Ellie Brown.
Outra movimentação expressiva para salvar animais do incêndio foi feita pelo The Black Forest Animal Sanctuary & Romero Wildlife (BFAS), que é um centro de resgate e reabilitação de animais, dedicado a ajudar animais abusados, negligenciados, indesejados ou rejeitados pelos tutores.
Conforme reportagem da Global Animal, voluntários do BFAS tiveram que mover 80 cães, 20 gatos, alguns cavalos e outros animais em um curto espaço de tempo. Publicações na página do santuário no Facebook mostram a pressa com que eles tiveram de agir, e o grande número de posts na noite do incêndio, bem como informações sobre os resgates e os animais feridos.
